Licença Paternidade: Câmara aprova ampliação do período da licença para 20 dias

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 04/11, em votação simbólica, o Projeto de Lei 3935/2008, que amplia gradualmente a licença-paternidade para até 20 dias e cria o salário-paternidade.

O texto garante o benefício em casos de nascimento, adoção ou guarda judicial de criança ou adolescente, com remuneração integral e sem prejuízo ao vínculo empregatício. Após a votação dos destaques, a proposta segue agora para o Senado.

Como funcionará a nova licença-paternidade
O relator do projeto, deputado Pedro Campos (PSB-PE), propôs uma ampliação feita em etapas:

  • 10 dias nos dois primeiros anos de vigência da lei;
  • 15 dias no terceiro ano;
  • 20 dias a partir do quarto ano.

O afastamento poderá ser dividido em dois períodos, desde que metade dos dias seja usada logo após o nascimento ou adoção.

O trabalhador deverá comunicar sua intenção de usufruir o benefício com pelo menos 30 dias de antecedência, apresentando atestado médico ou certidão de guarda.

Salário-paternidade: novo benefício garantido pelo INSS
O projeto também institui o salário-paternidade, benefício semelhante ao salário-maternidade. O pagamento será feito pelo INSS, com base na remuneração integral do trabalhador.

O direito será estendido a adotantes e guardiães, e também garantido em casos de falecimento da mãe, parto prematuro ou internação do recém-nascido.

Além disso, o texto assegura estabilidade no emprego desde o início da licença até um mês após o retorno, proibindo demissões sem justa causa. Se houver dispensa indevida, o trabalhador terá direito a indenização correspondente ao período de afastamento.

A norma prevê ainda penalidades e até suspensão do benefício em casos de abandono material ou violência doméstica.

“Presença paterna é fundamental”, diz relator
O deputado Pedro Campos afirmou que a proposta “reconhece a importância da presença paterna nos primeiros dias de vida da criança e promove a corresponsabilidade no cuidado familiar”.

Segundo ele, a ampliação da licença-paternidade “é um passo necessário para garantir igualdade de direitos entre homens e mulheres no exercício da parentalidade”.

Campos acrescentou que o salário-paternidade representa “um avanço no sistema de proteção social, ao assegurar renda e estabilidade ao trabalhador que se dedica ao cuidado dos filhos”.

Após a votação, ele classificou a aprovação como um marco histórico: “depois de 37 anos da Constituição que previu a licença-paternidade, aprovamos uma lei que finalmente regulamenta esse direito. Foi uma conquista construída com amplo consenso entre os partidos.”

Críticas e preocupações
Apesar do apoio quase unânime, o projeto recebeu voto contrário do partido Novo. O líder da legenda, Marcel van Hattem (Novo-RS), argumentou que o texto pode gerar custos adicionais para micro e pequenas empresas.

“Há risco de um efeito regressivo setorial, especialmente em setores com predominância de mão de obra masculina, o que pode elevar o custo médio do trabalho e comprometer a competitividade”, declarou.

Van Hattem também expressou preocupação com o impacto do novo benefício sobre o orçamento do INSS.

O PL, maior partido da oposição, também manifestou cautela quanto aos impactos econômicos, mas manteve apoio ao mérito da proposta.

A deputada Bia Kicis (PL-DF), vice-líder da Minoria, apresentou uma emenda — aceita pelo relator — que determina revisões a cada três anos dos efeitos da nova lei. “Ficamos ao lado das crianças e das famílias. Por isso, apoiamos o projeto”, afirmou.

Um avanço para a igualdade parental
A proposta marca um passo importante na política de apoio às famílias no Brasil. Se também for aprovada no Senado, a ampliação da licença-paternidade e a criação do salário-paternidade devem representar um avanço na igualdade de gênero, no fortalecimento dos laços familiares e na proteção social ao trabalhador.

Nota Fiscal: Como recuperar uma nota fiscal perdida e evitar prejuízos fiscais

A nota fiscal eletrônica (NF-e) é um documento essencial para comprovar operações comerciais, assegurar direitos de garantia e manter a conformidade com as obrigações tributárias. Além disso, é indispensável para a declaração do Imposto de Renda e para a gestão contábil de empresas.

Mas o que fazer em caso de perda da nota fiscal? Existem procedimentos simples para recuperá-la, tanto para pessoas físicas (CPF) quanto para empresas (CNPJ).

Recuperação de nota fiscal emitida com CPF

Quando a nota fiscal é emitida em nome de uma pessoa física, o processo de recuperação costuma ser simples:

• Entre em contato com o estabelecimento onde a compra foi realizada e solicite a segunda via;

• Informe o CPF, a data da transação e outros detalhes que auxiliem na localização do documento.

De acordo com o artigo 173 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172), os documentos fiscais devem ser armazenados por um período mínimo de cinco anos, o que garante às empresas a possibilidade de localizar registros antigos.

Atenção: embora a reimpressão possa ser solicitada, o fornecedor não é legalmente obrigado a fornecer uma nova via.

Recuperação de nota fiscal emitida para CNPJ

No caso de notas fiscais vinculadas a pessoas jurídicas, há mais alternativas disponíveis:

• Contato direto com o fornecedor emissor, informando o CNPJ e os dados da compra;

• Verificação no e-mail corporativo, pois o arquivo XML costuma ser enviado automaticamente para o endereço cadastrado;

• Consulta ao portal da Sefaz (Secretaria da Fazenda) do estado, utilizando a chave de acesso de 44 dígitos presente no DANFE (Documento Auxiliar da NF-e). Com essa chave, é possível baixar a nota fiscal diretamente do sistema oficial.

Emissão de segunda via

A segunda via da NF-e só pode ser emitida pelo responsável original pela emissão. Caso você não seja o emissor, pode solicitar o reenvio do arquivo XML ou a reimpressão do DANFE.

As empresas devem manter todos os arquivos XML devidamente organizados em sistemas de gestão fiscal, assegurando controle, rastreabilidade e agilidade em eventuais auditorias.

Importância da nota fiscal eletrônica

A NF-e desempenha diversas funções legais e operacionais, sendo indispensável para:

• Garantia de produtos: comprova o direito a reparos, trocas e assistência técnica;

• Declaração do Imposto de Renda: registra despesas dedutíveis e aquisição de bens;

• Gestão contábil: assegura a precisão no registro de receitas e despesas;

• Comprovação de propriedade: necessária para revenda de bens e equipamentos;

• Regularidade fiscal: garante que a empresa esteja em conformidade com o fisco.

Consequências da perda de notas fiscais

Extraviar notas fiscais pode gerar prejuízos financeiros e implicações legais. Entre os principais riscos estão:

1. Atrasos em pagamentos

A ausência do documento dificulta a comprovação de transações, podendo causar atrasos em repasses e perdas comerciais.

2. Erros em mercadorias e serviços

Sem a nota, a verificação de especificações de compra se torna incerta, resultando em entregas incorretas, custos extras e interrupções operacionais.

3. Declarações incorretas e multas

A falta de notas pode gerar erros contábeis e fiscais, sujeitos a multas da Receita Federal e autuações durante auditorias.

4. Pagamentos duplicados

Sem controle documental, há risco de pagamentos repetidos, comprometendo o fluxo de caixa e a precisão financeira da empresa.

Boas práticas para evitar a perda de notas fiscais

Para prevenir problemas, recomenda-se implantar rotinas eficazes de gestão documental. Algumas medidas essenciais incluem:

• Digitalizar e armazenar documentos na nuvem, garantindo segurança e acesso remoto;

• Capacitar colaboradores sobre a importância e o correto manuseio dos documentos fiscais;

• Priorizar o formato digital, que é mais seguro, eficiente e sustentável;

• Utilizar sistemas de gestão fiscal automatizados, que reduzem falhas e simplificam a recuperação de informações.

Perder uma nota fiscal não significa perder o direito à comprovação, mas requer ação imediata para evitar multas e transtornos contábeis.

Manter uma rotina de organização digital, com armazenamento em nuvem e controle centralizado de documentos, é essencial para assegurar a segurança fiscal e o cumprimento da legislação tributária.