IRPF 2023: Confira as novidades para este ano
A Receita Federal inicia o período do IRPF 2023 com uma novidade não tão agradável para seus contribuintes: diferentemente do que se esperava, as pessoas que recebem 1,5 salário mínimo terão que declarar o Imposto de Renda. Isso porque a tabela do IR segue sem atualização pelo oitavo ano consecutivo, mesmo com a inflação aumentando tanto. Na época em que a faixa de contribuição foi estabelecida, ela correspondia a quase 2,5 vezes o salário mínimo, que na data era de R$ 788.
Contudo, algumas novidades vêm para trazer um ar mais positivo às contribuições deste ano. Confira o que de fato muda na DIR para 2023:
Novidades IRPF 2023
🔹Doação para residente no exterior
Foi aprovada a isenção dos valores recebidos por herança ou doação de moradores do exterior.
🔹Participação de lucros dos funcionários
Da mesma forma que os sócios das empresas não são tributados quando recebem seus dividendos, pois, entende-se que os impostos já foram pagos pelas empresas, sob o mesmo ponto de vista, os funcionários que recebem participação de lucros onde trabalham não sofrerão tributação. Assim, na hora de declarar, esses lucros ficam isentos do imposto de Renda.
🔹Pessoas com deficiência entram como dependentes
Foi aprovado na Câmara dos Deputados um projeto que enquadra qualquer pessoa deficiente como dependente, mesmo que ela seja capacitada para trabalhar. Todavia, o único requisito para essa inclusão é que a remuneração da pessoa com deficiência não ultrapasse as deduções do IR.
🔹Recebimento de pensão alimentícia não é mais um rendimento tributável
Pessoas que recebem pensão alimentícia não terão mais esse valor somado aos seus rendimentos. Dessa forma, não será mais necessário declarar o valor como um rendimento tributável.
Quem precisa fazer a declaração em 2023?
Ficam sujeitos a fazer a declaração do Imposto de Renda todos aqueles que:
🔹Obtiveram renda acima de R$ 28.559,70 no ano de 2022, ou aqueles que receberam mais de R$ 40.000 em rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados na fonte;
🔹Tiveram lucro na venda de algum bem ou direito. Ex: vendeu o carro com um valor maior do que o pago na compra;
🔹Realizaram operações na Bolsa de Valores, independentemente dos rendimentos obtidos. Só o fato de ter operado na Bolsa faz do investidor um contribuinte obrigatório do IR;
🔹Eram donos de propriedade de bens ou direitos acima de R$ 300 mil até o último dia do ano (31 de dezembro);
🔹Obtiveram receita bruta com atividade rural em valor superior a R$ 142.798,50.
Quem não precisa fazer a declaração do IR em 2023?
Ficam isentos da obrigação de declarar o Imposto de Renda aqueles que:
🔹Possuem o salário mensal menor do que R$ 1.903,98. Também podemos incluir na lista os contribuintes aposentados com mais de 65 anos que vivem apenas da aposentadoria;
🔹São declarados como dependentes. Logo, um indivíduo que consta como dependente na declaração de alguém está isento do Imposto de Renda. Entretanto, é interessante que, nesse caso, o dependente faça a declaração, pois, mesmo que não pague o imposto, ainda é preciso declarar sua renda para que o governo consiga cruzar os dados e analisar a arrecadação da pessoa da qual o indivíduo depende.
🔹Possuem enfermidades crônicas ou adquiridas/ agravadas no trabalho, como câncer, esclerose múltipla, alienações mentais, entre outras. Nessas situações, os contribuintes podem solicitar a isenção do Imposto de Renda apresentando o laudo médico que comprove seu estado de saúde.
Deduções no Imposto de Renda 2023
Alguns gastos despendidos ao decorrer do ano podem ser indicados na Declaração como deduções. A lista, com valores, para 2023 é a seguinte:
🔹Dedução mensal por dependente: R$ 2.275,08 (valor mensal de R$ 189,59);
🔹Limite anual de despesa com educação: R$ 3.561,50;
🔹Limite anual do desconto simplificado (desconto padrão): R$ 16.754,34;
🔹Para despesas com saúde devidamente comprovadas, não há limite de valores.
Por fim, vale a pena reforçar que o prazo para envio da DIRPF 2023 é de 15 de março até 31 de maio. Portanto, os contribuintes têm 90 dias para organizar seus documentos e enviá-los à Receita Federal.